Ricardo Queirós: Um jovem defensor do realismo, que
viveu durante toda a sua vida numa aldeia perto da cidade de Lisboa, rodeado por
variadas pessoas um tanto ou quanto fascinantes ao seu vago olhar que passava
horas a examinar as estranhas criaturas que divagavam por ele. Critico e
dedicado à reflexão, céptico por natureza, criado num mundo de defeitos e
vícios torna-se um escritor pouco activo, vivendo à custa da fortuna dos seus
antepassados. Apaixonado pelas artes e pela gastronomia, só na mansão
afortunada dos pais, acompanhado sempre pelo seu velho caderno onde desde
criança já rabiscava pequenos apontamentos. Um amante da invulgaridade das
coisas e da individualidade do Homem. Reservado, satírico bem como um pouco
ultrajador. Muitos afirmam que a loucura o guia, escreve acerca da realidade
oculta aos olhos de muitos, estimando a liberdade que tem para o fazer.
Torna-se para muitos um ser detestável pela brutalidade da sua escrita e por
outros mais um homem adorado. Um pouco indiferente à opinião passageira dos
outros revela-se completamente autónomo perante os seus costumes tornando-se
conhecido pela sua espontaneidade e o seu poder de observação. Tirou curso na
área de saúde acabando por desistir pouco tempo após terminar o doutoramento
obrigado pelo pai que acabara por morrer devido a fraqueza agravada pela
dependência assumida pelo tabaco, álcool e a gula. Dedicado à crítica e aos
pecados de uma sociedade que parece desmoronar aos poucos.